eu estou falando de digital o tempo todo como se houvesse "o digital" mas não, não há. toda vez que alguém generalizar algo tão indócil e obscuro e imprevisível quanto o digital, corra. ou então esconda a carteira.
generalizações do tipo "o digital", "as redes sociais", etc, soam para mim como um sinal de alerta: lá vem alguém querendo vender alguma idéia que parece fazer todo sentido mas que não vai me ajudar em nada. pelo contrário.
por quê? porque digital não faz sentido. nada, aliás, tem sentido sozinho, quem dá sentido e cria sentido e inventa sentidos são pessoas.
qual o sentido do facebook? well, pra quem criou o seu sentido é uma máquina de fazer dinheiro às custas do trabalho alheio gratuito. já pra juventude egípcia, aquilo foi uma ferramenta para disparar revoluções. por aqui, facebook é um desfile estranho de marcas querendo ser curtidas.
o Mark Zuckerberg queria a Primavera Árabe? ele queria melhorar a auto-estima de gerentes de marketing carentes? não e não. na verdade ele deve se espantar a cada vez que alguém dá um outro sentido à plataforma que ele criou.
quem enxerga em cada nova plataforma (facebook, pinterest ou o que pintar por aí) uma reencarnação de algo eterno e imutável, ou uma manifestação clara da verdade da sua crença, está na verdade possuído pelo fantasma do Platão e vai acabar te arrastando pra uma caverna escura. medA.
grego por grego prefira a história dos dentes de dragão: toda tecnologia é algo que você planta mas sempre se surpreende com seus frutos. isso vale pro orkut, twitter, e tudo o mais que vier por aí.