debate sobre tele-trabalho

Share
tudo começou com uma modesta sugestão na nossa lista de discussão, o radinho de pilha:


tenho um tema aqui na manga que acho que interessa a todos: novos esquemas de trabalho, fora do padrao agencia ou cliente. estou falando de free agents, trabalho co-laborativo, equipes formadas em funcao de projetos, etc…

acho que tem gente aqui com experiencias bacanas na area. Sonia (wwwriters) eh a primeira que me ocorre. tem o Cerochi tb…

seria muito legal ouvir e compartilhar. depois eu publico tudo na usina

quem comeca?

o debate que nasceu disso foi maravilhoso. imprima, leia, distribua para os amigos.

===========================

de rene

19/09/2001, 11:59

tenho um tema aqui na manga que acho que interessa a todos: novos esquemas de trabalho, fora do padrao agencia ou cliente. estou falando de free agents, trabalho co-laborativo, equipes formadas em funcao de projetos, etc…

acho que tem gente aqui com experiencias bacanas na area. Sonia (wwwriters) eh a primeira que me ocorre. tem o Cerochi tb…

seria muito legal ouvir e compartilhar. depois eu publico tudo na usina

quem comeca?

abracos, rene

————————————————————————

de anita schlosser 19set

Um amigo meu faz isso com a agência (web) dele. Ano passado eram uns 15 funcionarios, hoje sao 3 e o resto é “freela que funciona” e trabalha remotamente. Até hoje ela tá feliz, implementou no iní­cio do ano. Confesso que eu ainda sou meio antiquada…rola um receio.

————————————————————————–

de octavio maron 19set

Eu trabalhei assim remotamente, durante um ano mais ou menos qdo estava na DaVinci, gostava, mais é muito complicado pq tinha uma pessoa q trabalhava conosco remotamente que sumia não entregava nada e tudo sobrava pra mim mais eu gostava de fica rem casa trabalhando….:)

——————————————————————————-

de marisa rechenberg 19set

Eu também já trabalhei remotamente por 8 meses, mas o meu empregador queria a qualquer custo ‘ter uma previsão’ dos meus horários; cogitou até comprar celular para poder me caçar a qq hora! isto apesar de eu trabalhar em dia, entregar em dia, fazer refação em dia. o que eu acho é que cria uma certa ansiedade para quem se compromete com o cliente, se as partes não se conhecerem de verdade.

m.

——————————————————————————–

de sonia grisolia 19set

Oi rene e all,

realmente a wwwriters é completamente descentralizada e todo mundo trabalha em casa. Alguns de pantufas outros não. No meu caso, gosto de estar descalça ou de meias…risos.

A wwwriters, pela sua infra-estrutura acabou virando um case, desde o ano passado. Faço, frequentemente palestras sobre teletrabalho, junto com marcas bem bonitas como SIEMENS e IBM, por exemplo. Mas admito que a nossa infra é dificil de copiar e complicada de compreender as vezes, até porque fomos ao extremo de abdicar do escritorio. Tentamos ter um, durou 3 meses e nesse tempo quase ninguém foi lá depois da inauguração. Quando a secretaria pediu para trabalhar em casa também, fechamos. risos…

Dificuldades? Existem sim, muitas. Mas a experiência nos fez aprender a supera-las com rapidez. Hoje, por exemplo, coordenamos trabalhos a distância com desenvoltura. Exemplos curiosos:

1. Portal da Palavra (www.portalpalavra.com.br). Fazemos a editoria de algumas partes do site. Cliente em Sampa, jornalistas Sampa e Porto Alegre. As news são enviadas do RJ.

2. West Coast (www.westcoast.com.br). Empresa em Ivoti/RS, Criaçao em Porto Alegre, Tecnologia em Porto Alegre e Rio de Janeiro, Flash no RJ.

3. Telefonica Celular RS (www.telefonicacelular.com.br). Todo mundo em POA, mas so nos encontramos 4 vezes nos 45 dias de implantação do site.

4. Amazonia Celular (www.amazoniacelular.com.br). Cliente em Manaus e esquipe de criação (wwwriters) e desenvolvimento (Go digital) em POA. A wwwriters não chegou a conhecer pessoalmente o cliente.

5. Duty Free Brasif – Fizemos uma pesquisa jornalistica para eles envolvendo 15 capitais do mundo. Equipe de jornalismo em POA, atendimento no Rio, agencia de publicidade no Rio e cliente carioca também.

As maiores vantagens para nós são: – Competitividade – temos custos menores, logo preços mais competitivos. – Flexibilidade – adaptamos a estrutura contratada a realidade orçamentaria do cliente. – Cobertura – a experiência no gerenciamento remoto nos possibilita trabalhar em terras brasileiras e no exterior com desenvoltura. Tanto que temos correspondentes que cobrem boa parte da AL e EUA que podemos acionar a qualquer momento e com qualidade de trabalho comprovada. – Facilidade de adaptação as oscilações do mercado. O mercado entra em crise, podemos enxugar rapidamente a estrutura. O mercado se expande, aumentamos sem traumas. – Satisfação interna – quem trabalha com a wwwriters é livre, dono do seu tempo. Se quiser trabalhar de frente para o mar ou de madrugada, não faz a menor diferença para a gente. Se quiser ir ao cinema em horário de “expediente” também não nos interessa. O que importa é que o prazo seja cumprido, com qualidade. Como cada um vai administrar isso é problema pessoal.

Mas é verdade que a falta de controle cria ansiedade muitas vezes. Você precisa confiar muito na outra (as) pontas da equipe. Tudo tem que estar em perfeita sintonia. Existem no mercado diversos sitemas que auxiliam neste tipo de gerenciamento, mas a forma como o ser humano reage a elas é o que faz realmete diferença. Muita gente simplesmente nõa se adaptou em trabalhar conosco. Recentemente tivemos que alterar toda uma equipe de produção no meio do processo, porque o pessoal não conseguiu acompanhar o nosso ritmo. Acontece. É traumatico. Mas em teletrabalho não pode existir duvidas. Se alguém gera insegurança nos outros, não pode integrar a equipe.

Enfim, acho que é isso. Rene, se vc quiser posso enviar em pv para vc colocar na usina uma palestra em pps que dei sobre telegerenciamento. Me avise.

Smacks Sonia Grisolia

————————————————————–

de rene 19/09/2001, 17:50

ola Sonia,

  ueba. eh isso aih, a usina nasceu pra isso. como eh essa tua apresentacao? html, ppt? vamos publicar sim

abracos, rene

——————————————————————

de Jota 19set

HEY!

Eu quero trabalhar assim!!!

O que eu faço?

;-P

[]’s,

Jota

————————————————————————–

de lorena fanti 19set

Uau!

Sou bem favorável a esse esquema de trabalho. Acredito que a flexibilidade de trabalho e a qualidade de vida de quem trabalha assim acabem gerand um trabalho de grande qualidade, mas vejo que disciplina é mais que imprescindí­vel!

Não sei se eu dou pra isso!

——————————————————————————

de ale jungermann 20set

Lá na Hey rolava uma divisao mais ou menos assim: tudo o que fosse campanha (banner, pop up e hotsite) era criado e produzido internamente. O que se referisse à website era criado dentro e executado fora

Claro que dava uns (poucos) paus, mas no geral rolava muito bem!

—————————————————————————–

de ale jungermann 20set

fora isso tem akela coisa de “pressionar” o cara, sentando ao lado dele, indo até a maquina ver se ta td ok (e que, no fim das contas mais atrapalha q ajuda)

——————————————————————————–

de sonia grisolia 20 set

É, nem tudo são flores no teletrabalho…;O) O maior problema é a disciplina e não apenas no trabalho, mas também aquela de não ir para a geladeira a cada 5 min, por exemplo. Ou trabalhar demais, o que é uma praga entre teletrabalhadores que tem que conviver com a culpa de estar em casa enquanto todo mundo está no escritorio. Ou ainda, convencer a familia e amigos que vc ESTA trabalhando, apesar de estar em casa. Estou anexando aqui uma entrevista que fizemos com Domenico de Masi, um dos defensores do fim do trabalho conforme o conhecemos. É bem interessante e as experiências dele tem sido bastante positivas. ADORO quando ele fala em empresas humanas e felizes. Mas aviso de antemão que foram 22 perguntas. :o) Só que ele é absolutamente incrivel e vale a pena ler.

Abraços Sonia Grisolia www.wwwriters.com.br

————————————————————————–

de rene 20/09/2001, 12:28

oi gente

a Sonia Grisolia enviou pra todos a entrevista com o Domenico de Masi, e eu aproveitei pra publica-la na usina. deem uma olhada pra ver se aquela eh a melhor maneira, se poderia ser diferente… www.usina.com

eh legal que, uma vez online, fica mais facil pra indicar para amigos e tal

e Sonia, diga como eu dou credito e link pra vc abracos, rene

mailto:rene@usina.com

—————————————————————————–

de sonia grisolia 20set

Oi Alex e all, pressionar é alguma coisa meio paternalista, eu acho. Tem profissionais que so funcionam bem assim, precisam de aprovação constante. Esses não podem trabalhar fora da empresa. É fundamental ter consciencia de que teletrabalho não é para todo mundo ou so porque vc acha legal e tem vontade. Nem para todas as empresas. Se ela de alguma forma funciona melhor através de controles “visuais”, fica complicado de implantar. Se é verticalizada, cheia de diretores, gerentes, supervisores, etc, também não funciona, não adianta. Agora, me parece que, quanto mais “criativa realizadora” a empresa for, mais naturalmente ela se flexibiliza e passa a encarar a descentralização provocada pelo teletrabalho de uma forma positiva e vantajosa. Uma das coisas que Domenico de Masi fala é exatamente sobre a necessidade de libertar a criatividade do relogio ponto. Ora, vc não pára de ser criativo as 19h, só porque acabou o expediente. Normalmente quem esta envolvido em algum tipo de criação levao o trabalho para casa “na cabeça”. Então, se vc nõa pára as 19 horas, que diferença realmente faz o fato de estar na empresa ou no cinema as 15h na segunda feira? Esta é a pergunta de 1 milhão de dolares…:o) Smacks Sonia

—————————————————————————

de ale jungermann 20 set

Concordo plenamente e a questão passa por questões “culturais”. Era muito complicado para os donos da agência entenderem meu trabalho lá dentro pq eu interagia metade do tempo com pessoas trabalhando remotamente. Na visão deles, eu ficava no telefone e no e-mail/icq “papeando” quando na realidade estava briefando (ou re-briefando) e acompanhando o projeto. Passa tb pela questão da necessidade de um planejamento super bem executado, justamente pq vc nao tem a pessoa ao alcance “visual”. Fora isso para projetos imediatistas eu diria que é quase impossí­vel da coisa rolar. Ex: banner Vc cria, pre-produz, apresenta, ajusta, aprova, produz, as vezes em prazos de 2, 3 horas. Fazer isso remotamente é difí­cil. (Vc tem algum case nesse sentido? Adoraria conhecer mais historias, até pra ver se minha tese eh certa ou errada)

Beijos e obrigado pelo alto nivel da discussao!

———————————————————————————

de sonia grisolia 20set

Oi Alexande,

> Fora isso para projetos imediatistas eu diria que é quase impossí­vel da > coisa rolar. Ex: banner Vc cria, pre-produz, apresenta, ajusta, aprova, > produz, as vezes em prazos de 2, 3 horas. Fazer isso remotamente é difí­cil. > (Vc tem algum case nesse sentido? Adoraria conhecer mais historias, até pra > ver se minha tese eh certa ou errada)

Sim, em manutenção acontece muito de ter que trocar uma matéria ou corrigir uma informação de uma hora para outra. Um bom exemplo disso é o site da Palavra (www.palavra.com) em que temos uma pauta mensal elaborada e aprovada, mas que não pode estar dissociada de eventos jornalisticos importantes como o atentado nos EUA. Neste caso, por exemplo, o atentado ocorreu pela manha e a noite tinhamos uma análise exclusiva com um dos palestrantes especializado nos conflitos do oriente médio. Foi necessário a equipe de jornalismo se mobilizar, a palavra buscar nomes e indicar, fazer o contato com vários, até encontrar alguém que pudesse falar a respeito, agendar a entrevista, fazer a mesma, preparar a matéria e publicar. Isso num espaço de poucas horas. Como foi possí­vel? Muito telefone e todo mundo em sintonia fina. Também o fato de já estarmos fazendo esta manutençao há quase 3 meses e a equipe se conhecer e saber como localizar rapidamente uns aos outros.

Outro exemplo foi bem recente com o trabalho da West Coast. Tinhamos contratado uma equipe de desenvolvimento para o trabalho. Eles levaram 4 dias para fazer o teaser e apresentaram ele em .gif no ultimo dia do prazo a noite. Não ficou legal. Solicitamos que fosse refeito. Eles não conseguiram resolver rapidamente. Trocamos toda a equipe de desenvolvimento e em 24 horas a versão em flash estava no ar, tendo sido feita no RJ. A outra estava aqui do lado e não funcionou. Agora temos até segunda para colocar o site completo no ar e ele tem uma programação um tantinho complicada por tras. Nosso prazo foi de 15 dias. Esta quase pronto e não é um site pequenininho. Está envolvendo 4 empresas e uma equipe de 7 pessoas. Devido a necessidade de correr contra o tempo, não conseguimos ainda reunir todos presencialmente num so lugar. ;o) Se fiquei histérica quando vi a primeira versão do teaser? Fiquei, completamente. Mas é aí­ que vc descobre se é um bom telegerente ou não. Numa manha estava tudo resolvido. Nova equipe, valores negociados, etc, sem sair do home office. Um bom network nestes casos é fundamental.

O importante é vc saber onde encontrar e contar com as pessoas do outro lado da linha. Não usamos para isso nada sofisticado como ferramenta de integração. Basicamente o Yahoogroups, ICQ e muito telefone. Agora estamos utilizando também uma ferramenta de check list onde inserimos tarefas e ele dispara um email avisando o interessado. Também podemos controlar melhor quem está fazendo o que e qual a situação de cada uma das tarefas.

A descentralização pode gerar velocidade ou uma tremenda confusão. Depende de como vc se comporta dentro de equipes invisí­veis. Por isso a confiança precisa ser total e por isso a tolerância a erros deve ser praticamente nula. Vc não pode perder a confiança ou ter duvidas de que tudo sairá dentro do combinado.

Smacks Sonia

—————————————————————————–

de rene 21set

21/9/2001, 09:42

ola’ gustavo,

aproveita que tem um papo em andamento aqui sobre tele-trabalho e conta (se vc puder) do teu esquema de trabalho agora. me parece ser um modelo interessante

abracos

rene’

rene@usina.com

——————————————————————————————–

de gustavo cerocchi 21set

Bem, eu escrevi esses dias algo sobre isso, mas curiosamente não apareceu na lista. Acontece isso com alguns emails que envio, não sei porquê. De toda forma, vou transcrevê-lo novamente e depois escrevo mais sobre o assunto. Tenho muita coisa para falar sobre isso, acredito muito que as organizações no futuro serão quase todas virtuais.

E-mail “perdido” ———–Eu acredito que organizar uma empresa “virtualmente”, vender competências diversas, contar com parceiros de trabalho remotamente…não é coisa das mais fáceis, mas dá, em teoria, para obter um rendimento muito bom com essa organização.

Acho que tem alguns requisitos:

1 – Indiví­duo tecnologicamente eficiente Cada competência envolvida, cada parceiro, deve ter muuuuuita manha com a tecnologia, principalmente com a comunicação. Se não nem começa.

2 – Relacionamento: Tem que se conhecer muito bem quem está do outro lado pra ter um comprometimento alto e saber até onde os parceiros podem / não podem cooperar em relação a sua competência.

3 – Confiança: Se tudo ou quase tudo é virtual (não se tem quase contato fí­sico, não tem ambiente de trabalho, nada), precisa rolar uma confiança forte senão nenhum dos outros itens acima adiantam.

Acredito que seja por aí­, tenho estudado muito isso e até tento fazer rolar no meu negócio (que por enquanto é formado apenas por mim). Acredito que dá certo sim.

Até, Gustavo

——————————————————————————-

de gustavo cerocchi 21 set

Ainda sobre teletrabalho, tenho uma cadeira na ESPM que chama “Organizações Virtuais” que deu muiiito pano pra manga pra discussões. E me animou demais também

Vou tentar resumir:

O que é? Organização virtual é organização com fins lucrativos que não tem uma estrutura profissional definida, não tem sede fixa e muito menos colaboradores fixos. Ela pressupõe o uso intenso da tecnologia e uma rede de relacionamentos bem sólida.

Como funciona? A organização é oportunista, vive em função de oportunidades , normalmente identificadas por um “broker”. Esse “broker” possui uma imensa rede de contatos de pessoas com as mais variadas competências. Essas pessoas são, como escrevi no email anterior, tecnologicamente eficientes, tem um bom relacionamento com o broker e , acima de tudo, são de confiança. Dessa forma, o “broker” identifica as oportunidades já imaginando quem é a pessoa ideal para cada tarefa. Claro, ele TEM CERTEZA de que as pessoas que ele aloca são as adequadas e tem a disponibilidade. Ele sabe disso porquê conhece e confia nas pessoas.

Como andam os projetos? Identificada a oportunidade, formada a equipe, existe uma interação fí­sica, uma reunião, almoço, etc, para alinhar sobre qual é o papel de cada um no projeto. As tarefas ssão especificadas ( pelo broker), divididas, é combinado os honorários e o projeto efetivamente começa a ser desenvolvido. As interações são na maioria feitas virtualmente,

Como acaba? Terminado o projeto, entregue ao cliente, a equipe se desfaz e a “organização” também. Tudo começa novamente e o “broker” sai atrás de uma nova oportunidade.

Notem que: não há custos com instalações; não há custos com admnissões não há custos com abertura de empresa, etc

Já fiz alguns trabalhos dessa forma, como broker, junto com o JOTA. Não foi lá muito lucrativo, mas valeu a experiência, me motivou muití­ssimo a orientar negócios para esse lado.

O que vcs acham?

Maiores informações, www.virtual-organizations.net

Gustavo

——————————————————————————-

de marisa rechenberg 21set

“Uma das coisas que Domenico de Masi fala é exatamente sobre a necessidade de libertar a criatividade do relogio ponto. Ora, vc não pára de ser criativo as 19h, só porque acabou o expediente. Normalmente quem esta envolvido em algum tipo de criação levao o trabalho para casa “na cabeça”. Então, se vc nõa pára as 19 horas, que diferença realmente faz o fato de estar na empresa ou no cinema as 15h na segunda feira? Esta é a pergunta de 1 milhão de dolares…”

lindooooo….eu não consigo não ficar encabulada ao chegar no escritório à s 11 da manhã pq trabalhei em casa de madrugada 😉 eu tive a oportunidade de trabalhar com o mabuse há uns anos atrás (quem não teve?) e achava o máximo ele chegar para almoçar conosco, ficar até as 4 (horário da cervejunha) e no dia seguinte aparecer com tudo pronto, feito em casa, enquanto os filhos dormiam. tudo isto sem sentir a menor culpa……

m.

————————————————————————————

de ale jungermann 21set

Sonia,

obrigado pela “aula”. Acho que seria bem legal isso ir pro Radinho… É o tipo de conhecimento delicioso de ser compartilhado!

beijos

————————————————————————————–

de ale jungermann 21set

Oi Gustavo Interessante ver isso em prática. Há 3 meses, logo que saí­ da Hey, foi uma das primeiras coisas em que pensei em fazer. Curiosamente até comentei disso com o Jota. A função do broker acaba sendo muito semelhante a de um gerente de projetos, com a grande vantagem de você escolher os melhores e mais adequados profissionais para cada tarefa.

—————————————————————-

de rene 21/09/2001, 15:13

eh isso aih, Ale.

vou dar uma organizada nesse nosso debate sobre teletrabalho e vou publicar na usina no final de semana. devagarinho a gente vai construindo junto um conteudo bem legal

abracos, rene

mailto:rene@usina.com

—————————————————————-

de cassiano saldanha 22set

Rene, pessoal…

Com pouquissimo tempo de ouvido no radinho, ja estou gostando muito.

Essa discussao de teletrabalho e interessantissima. Recentemente tenho feito algumas prospeccoes de trabalho com um amigo que e gerente de projetos no Rio. Ainda naum fechamos nada, mas se fechar o trabalho sera todo produzido e coordenado remotamente, com uma equipe de tecnologia aqui de Sampa, eu e mais um de criacao tambem aqui de sp, o host no Rio, e ele como Coordenador por la.

Na pratica a experiencia nao foi real ainda, mas tenho uma certa experiencia com trabalho colaborativo sem contato fisico atraves do thezine. Na semana passada fiz amizade com um brasileiro que mora em Sao Francisco, e ele estara cobrindo alguns eventos e entrevistando alguns ?figurinhas?de la… Muitos, senao todos os participantes do zine se conheceram virtualmente e se tornaram ?colegas de trabalho paralelo?. Essa relacao que o networking gera, e essencialmente benefica para a abertura de novas direcoes de nossa labuta…

Concluindo, o teletrabalho definitivamente deixou de ser um futuro distante. Ele produz relacoes profissionais abertas, e duradouras [logico, quando ha qualidade do servico de todos os participantes].

Fico feliz por identificar aqui no radinho uma especie de colaboracao para o aprendizado atraves dessa troca de experiencias.

Todos estao de parabens!

[]?s Cassiano Saldanha

——————————————————————————–

de sonia grisolia 21set

Oi Gustavo e all,

realmente, este assunto sempre dá pano para manga, com defensores apaixonados e os contrarios a idéia também com justificativas bem razoáveis. :o)

> > O que é? > Organização virtual é organização com fins lucrativos que não tem uma > estrutura profissional definida, não tem sede fixa e muito menos > colaboradores fixos. Ela pressupõe o uso intenso da tecnologia e uma rede > de relacionamentos bem sólida.

===== Diria que nem sempre é assim. A empresa pode ter um foco bem definido e estabelecer a sua rede de relacionamentos dentro deste universo. O que é muito mais prático e lucrativo do que tentar abraçar o mundo, aliás, como qualquer empresa. Vc também pode ter colaboradores fixos, como no caso da wwwriters. A única diferença, com uma empresa que tem estrutura tradicional, é que eles ficam em casa. Neste ponto, existe uma polêmica bem grande, já que a maioria dos paí­ses não tem uma legislação trabalhista que cubra este tipo de relacionamento, o que pode complicar as coisas. Por isso estas empresas preferem, na subcontratação, não freelas ou autonomos, mas outras empresas mesmo e tudo é feito mediante contrato e com nota fiscal de serviços prestados. No Brasil, a lei trabalhista não tem nenhuma base para legislar sobre isso. É utilizado, nestes casos, o bom senso e as leis que regem o trabalho domiciliar. Apesar disso, a contratação de profissionais teletrabalhadores tem sido feita com regularidade, mediante carteira assinada e tudo, sem problemas. Isso entre grandes e pequenas empresas. Até hoje, no Brasil, não existiu nenhum processo envolvendo empresas e teletrabalhadores. E a estimativa deste mercado é, para 2002, de 3 milhões de teletrabalhadores brasileiros.

> Como funciona? > A organização é oportunista, vive em função de oportunidades , normalmente > identificadas por um “broker”. > Esse “broker” possui uma imensa rede de contatos de pessoas com as mais > variadas competências. Essas pessoas são, como escrevi no email anterior, > tecnologicamente eficientes, tem um bom relacionamento com o broker e , > acima de tudo, são de confiança. > Dessa forma, o “broker” identifica as oportunidades já imaginando quem é a > pessoa ideal para cada tarefa. Claro, ele TEM CERTEZA de que as pessoas que > ele aloca são as adequadas e tem a disponibilidade. Ele sabe disso porquê > conhece e confia nas pessoas.

==== Na realidade você nunca pode ter absoluta certeza de nada, como alias tudo na vida. O que vc tem que ter é sempre cartas na manga para resolver qualquer problema antes que isso se reflita no cliente final com o comprometimento do trabalho. Na wwwriters temos orgulho de trabalhar com 100% de satisfaçao dos nossos clientes e isso pode ser comprovado no site com os depoimentos pessoais de cada um deles, assinando a nossa competencia. Aqui, cada novo colaborador, antes de ser admitido no grupo passa por uma avaliação bem mais rigorosa do que normalmente se faz em empresas normais. Só daí­ se testa. As vezes, no pratica, tudo vai por água abaixo e vc precisa substituir rapidamente a primeira solução. > > Como andam os projetos? > Identificada a oportunidade, formada a equipe, existe uma interação fí­sica, > uma reunião, almoço, etc, para alinhar sobre qual é o papel de cada um no > projeto. As tarefas ssão especificadas ( pelo broker), divididas, é > combinado os honorários e o projeto efetivamente começa a ser desenvolvido. > As interações são na maioria feitas virtualmente,

==== Nem sempre, mas é o mais recomendável. A virtualização completa só acontece quando realmente necessário, como por exemplo, com integrantes de uma equipe que moram a distâncias muito grandes ou em outro paí­s. E não é feita apenas 1 reunião presencial. Elas acontecem sempre que necessário. O que se faz virtualmente é a rotina, o dia a dia. Isso é positivo, pois objetiva muito mais o trabalho (se bem gerenciado) e gera rapidez na execução das tarefas. As reuniões presenciais também ficam naturalmente mais objetivas, com menos papos paralelos e menos cafezinho. :o) > > Como acaba? > Terminado o projeto, entregue ao cliente, a equipe se desfaz e a > “organização” também. > Tudo começa novamente e o “broker” sai atrás de uma nova oportunidade.

===== Mais uma vez, nem sempre acontece assim. Até porque uma organizaçnao virtual pode ter funcionários fixos, uma equipe fixa. O que se faz, é adequar parte das contratações à s necessidades geradas pelo cliente que podem ser fixas ou nõa, dependendo do tamanho e tempo de envolvimento com o projeto. Veja, se for assim como vc coloca, o custo de cada trabalho sobe, no lugar de diminuir, que é um dos objetivos. As vezes vale mais a pena financeiramente contratar um funcionário, do que uma empresa para determinada tarefa. O que não quer dizer inchar a equipe. Vc só contrata efetivamente na medida em que o trabalho exige.

> Notem que: > não há custos com instalações; ==== Há sim. Vc tem que ter telefone especí­fico para o atendimento a clientes, vc tem que investir pesado em tecnologia, etc. Nem sempre a implantação de uma empresa virtual é barata. A vantagem maior é a flexibilidade dela, não necessariamente seu custo operacional. Obviamente que se economiza em aluguel de salas, condominios, luz, etc. Mas, à s vezes, um custo bate o outro e fica quase tudo na mesma.

> não há custos com admnissões

==== Como disse antes, depende do tipo de trabalho ao qual a organização se propõe.

> não há custos com abertura de empresa, etc

==== Ha sim. Uma organização virtual tem que ter CNPJ, pagar todos os seus impostos, emitir nota fiscal, tudo exatamente igual. Se nõa for assim, vc vira um freela de luxo que trabalha informalmente e vc nunca conseguirá clientes que compensem o investimento na infra-estrutura que, como disse, não é necessariamente “baratinha”.

> Já fiz alguns trabalhos dessa forma, como broker, junto com o JOTA. Não foi > lá muito lucrativo, mas valeu a experiência, me motivou muití­ssimo a > orientar negócios para esse lado.

==== Nosso aprendizado já tem 2 anos e um pouquinho. Somente agora a wwwriters pode se considerar solida como marca e financeiramente. O inicio foi muito difí­cil. Penso, que para ser lucrativa, é necessário tratar a organização virtual da mesma forma que se trata uma empresa que tem escritório em todos os quesitos legais. Já no marketing e na administração interna, ela tem que ser mais exigente do que as off-line. Ela não pode errar, pois isso abalaria a confiança do mercado na marca muito mais rapidamente.

Normalmente quando penso em organizações virtuais, costumo comparar com as mulheres: são mais subjetivas, mais ágeis nas suas rotinas podendo fazer várias coisas ao mesmo tempo, mais exigentes consigo mesmas, pois num mercado masculino, ser mulher nem sempre é vantagem e vc não pode pisar na bola, valoriza os relacionamentos, a horizontalização, usa muito a intuição para formatar equipes, valoriza a emoção e administra baseada no consenso e no respeito conquistado, não imposto. Em resumo: é muito século XXI, no meu ponto de vista!

Abraços Sonia Grisolia

————————————————————————–

de sonia grisolia 21set

Oi Cassiano, so para reforçar a afirmação abaixo:

Numero de teletrabalhadores nos EUA – 20 milhoes em 2000 Numero de teletrabalhadores na Europa: 10 milhoes em 2000 Numero no Brasil estimado para 2002: 3 milhoes

Estes numeros envolvem marcas como: IBM, SIEMENS, Microsoft, AT&T. A IBM, por exemplo, tem o programa Mobility, que no brasil tem em torno de 500 teletrabalhadores, sendo que, no mundo, eles chegam a 3 mil. Aqui, pelo que eu soube, eles já desativaram mais de 1 andar de sua sede tradicional.

Realmente não é mais futuro distante. :o) Smacks

Sonia Grisolia

—————————————————————————de rene 21/09/2001, 17:34

eu gostaria de conhecer de perto alguns cases desses de teletrabalho. fico imaginando se isso nao eh mais facil para conteudo do que para desenvolvimento, por exemplo, em que tem muita coisa interdependente.

a experiencia mais intensa que tive disso envolveu muita gente aqui do radinho, e foi o projeto com a RBS no sul. nao era um esquema de free-agents, mas padecemos um bocado por conta da distancia.

em primeiro lugar, fica super complicado em termos de documentacao. ou vc tem uma extranet pra centralizar os documentos todos (briefing, especificacoes, versoes de codigo, etc…) ou vc fica num troca-troca por email que pode ser caotico

segundo: se alguem fica alocado no cliente, isso cria uma janela pro desastre, pois o cliente vai querer mandar no infeliz, ou vai ficar controlando o esquema de trabalho dele (que nem sempre combina com o 9-17 classico)

terceiro: se cada um tem um horario otimo de trabalho, criam-se janelas de tempo em que a comunicacao nao rola. tipo: criativos que trabalham de madrugada e acordam tarde versus desenvolvedores que acordam com as galinhas (ou vice e versa). pior que fuso horario.

quarto: a interdisciplinaridade, a troca de experiencias eh prejudicada. quando estah lado a lado com gente de outro perfil, sempre rola uma troca de experiencias, nem que seja por osmose ou batecao de cabecas.

eh isso que me ocorre agora. eu sou um super fah do teletrabalho, mas que hah pedras no caminho, ha’

abracos rene

mailto:rene@usina.com

——————————————————————–

de cassiano saldanha 21set

Realmente Rene,

Pedras ha muitas… e por acaso alguem tem duvidas de que o teletrabalho e um metodo facil de se por em pratica?

Eu acho que realmente so da certo depois de ajustadas muitas pontas… estrutura de comunicacao (uma extranet como vc falou), pessoas com perfis definidos em cargos certos, producao responsavel, uma certa sincronia com horarios…e o principal: se todos os participantes estiverem muito dispostos a colaborar.

Agora convenhamos.. Ja e extremamente dificil ter uma equipe assim dentro de um mesmo local fisico, imaginem viurtualmente!

Mas experimentando, a gente aprende… como o exemplo da Sonia (o gif da west coast[!]).

Abracos

————————————————————————

de daniela 21set

bem lembrado rene, acho que a troca de experiência é fundamental no nosso dia-a-dia. comecei a trabalhar com conteúdo em fevereiro de 2000, como frila, em casa. minha irmã (que anda meio sumida mas participa aqui da lista) foi quem me deu váaarios toques importantí­ssimos no começo. na época ela trabalhava na impiric (wunderman), e eu ficava em casa fazendo meus roteirinhos, muitas vezes ligando pra ela pra tirar dúvidas, devorando todos os textos e opiniões que apareciam sobre arquitetura, webwriting. pra mim foi um alí­vio ter entrado numa empresa real, pra poder confirmar que eu já estava no caminho certo, poder ver os processos e conhecimentos que envolvem a produção de um site, pra ter uma visão mais ampla da coisa etc. esse conví­vio espacial é super rico e importante. aqui mesmo na tv1, a equipe de criação tava fisicamente separada, com cada criador trabalhando em projetos e cantos diferentes do prédio. percebemos que facilitava e ajudava muito a gente ficar pertinho um do outro. toda hora a gente comenta e resolve coisas, troca informações. talvez o teletrabalhador possa ter essa troca temporária e alternadamente com as equipes que trabalha. mas acho válido ter a experiência de viver os dois lados da moeda.

um abraço

——————————————————————————

de sonia grisolia 21set

Oi René,

> eu gostaria de conhecer de perto alguns cases desses de teletrabalho. > fico imaginando se isso nao eh mais facil para conteudo do que para > desenvolvimento, por exemplo, em que tem muita coisa interdependente.

==== Mas a wwwriters também faz desenvolvimento. Ou melhor, terceirizamos isso com parceiros competentes. Todos empresas. Voltando ao exemplo da West Coast: são 4 empresas envolvidas: design, BD, montagem da interface e a wwwriters com a idealização e coordenação do projeto. Imagine só que são 5 infra-estruturas com pensamentos diferentes, jeitos diferentes de trabalhar, localização diferente. Como é possí­vel? Confiança e respeito são as palavras chaves. Confiança que o outro vai cumprir a tarefa e respeito pelo talento e espaço de cada um. O resto é experiência mesmo no trato com a virtualização. > > a experiencia mais intensa que tive disso envolveu muita gente aqui do > radinho, e foi o projeto com a RBS no sul. nao era um esquema de > free-agents, mas padecemos um bocado por conta da distancia.

==== Todo o fornecedor criativo padece um bocado no atendimento de certos clientes. Já fiz criação para a RBS como publicitária e o problema deles é interno, não do teletrabalho ou das empresas que atendem eles. Veja a RBS é completamente hierarquizada, com infinitos ní­veis de decisão (muitas polí­ticas) e disputas internas ocasionadas por este tipo de estrutura. Normal ter problemas, seja num atendimento presencial ou virtual. Claro que no virtual parecem aumentar, pois as coisas costumam ficar mais documentadas, já que a comunicação acontece muito pelo meio escrito. Em alguns casos pode até ser uma vantagem. > > em primeiro lugar, fica super complicado em termos de documentacao. ou > vc tem uma extranet pra centralizar os documentos todos (briefing, > especificacoes, versoes de codigo, etc…) ou vc fica num troca-troca > por email que pode ser caotico

==== A melhor ferramenta que encontrei até hoje é gratuita. Yahoogroups. Aconselho. :o) A outra é telefone. Para clientes mais complicados, a dica é: paciência ou desista. Mas este ultimo item vale para qualquer empresa, de qualquer setor.

Olha, um dos nossos clientes é a rede Zaffari de Supermercados, o 5° maior grupo varejista do Brasil. Eles são superconservadores e tradicionais. Para complicar, é uma empresa familiar. Como conseguimos uma das contas mais cobiçadas da região sul? Buenas, é uma história longa, mas resumindo: os ní­veis de decisão dentro da empresa são claros e o Zaffari é uma empresa que baseia seus relacionamentos comerciais muito na confiança. Um tipo de confiança recí­proca, bacana mesmo. E a gente sente isso dentro da empresa, dentro das lojas e no trato com os parceiros de negócios. > > segundo: se alguem fica alocado no cliente, isso cria uma janela pro > desastre, pois o cliente vai querer mandar no infeliz, ou vai ficar > controlando o esquema de trabalho dele (que nem sempre combina com o > 9-17 classico)

===== Consisero isso um erro também. > > terceiro: se cada um tem um horario otimo de trabalho, criam-se > janelas de tempo em que a comunicacao nao rola. tipo: criativos que > trabalham de madrugada e acordam tarde versus desenvolvedores que > acordam com as galinhas (ou vice e versa). pior que fuso horario.

==== Equipes virtuais não funcionam sem disciplina, cronograma e distribuição clara de tarefas. Se vc tem um cronograma e distribui as tarefas, com a certeza que serao cumpridas no prazo estipulado, que diferença faz se o cara dorme até o meio dia e trabalha até as 5 da manha? Para casos de urgência é interessante ter sempre formas de contato ou alguém na manga para dar cobertura. Network novamente em pauta. Aqui todos sabem os meus horarios e habitos e eu sei os dos outros. Logo, muito dificilmente as coisas deixariam de acontecer por falta de contato. Mas veja, contato é diferente de controle. Se vc tem necessidade de controlar a equipe, não tente montar uma virtual pois vai dar rolo e um estresse danado. > > quarto: a interdisciplinaridade, a troca de experiencias eh > prejudicada. quando estah lado a lado com gente de outro perfil, > sempre rola uma troca de experiencias, nem que seja por osmose ou > batecao de cabecas.

==== Isso é lenda. Prova? O radinho! Nõa estamos trocando experiências agora, aqui. Com quantas pessoas exatamente vc faz isso no teu ambiente de trabalho? Normalmente com as que estão na mesma sala e olhe lá. As vezes nem conhecemos direito quem está do lado. Em agencias, normalmente se tem duplas de criativos. As duplas se fecham e trocam ideias ali sem que a outra do lado nem tome conhecimento do que esta rolando. Um dos maiores problemas das empresas de médio a grande porte é exatamente a comunicação interna. Para mim, ver alguém, não quer dizer necessariamente trocar experiências. > > eh isso que me ocorre agora. eu sou um super fah do teletrabalho, mas > que hah pedras no caminho, ha’

==== Claro que ha. Por isso eu reafirmo que nõa é para todo mundo, nem para todas as empresas. Teletrabalho presupõe um perfil psicológico do candidato e o fato da sua produção ser de alguma forma digitalizável.

Smacks Sonia Grisolia

——————————————————————————–

de natalia yudenitsch 24set

Demorei, mas entrei na pauta do teletrabalho finalmente :o))

Tive uma experiência interessante com trabalho à distância. Por volta de 97, quando trabalhava em uma empresa de conteúdo (na época house organs, conteúdo de campanhas de mktg direto e produtinhos para mercado editorial) decidimos voltar o foco da companhia totalmente para mí­dias online (leia-se internet, intranet e extranet).

Como trabalhar com net (sem investimentos externos) era algo absolutamente novo para o mercado nacional, notamos uma urgência urgentí­ssima de cortar custos –muuuitos custos. A solução foi virtualizar a equipe e limar a infra-estrutura formal da empresa.

Tivemos que investir mais em tecnologia (voltada à melhor comunicação entre a equipe) e perder bastante tempo treinando pessoal para a nova realidade –e verificando, como a Sônia bem lembrou, que nem todo mundo se encaixa no perfil e muita gente teve que ser substituí­da.

A economia de não ter de manter uma sede formal e gastos com transporte de funcionários foi muito bem vinda e permitiu à empresa sobreviver naquele perí­dodo. Contudo, nem tudo foram flores e o final da história não foi dos mais felizes.

Perdí­amos muito tempo com treinamento de novos integrantes, já que volta e meia alguém decidia forçar a barra e furar prazos, jogando a culpa na “conexão que caiu, email que não manda mensagens” e outras cositas mais. Penso que, se fosse hoje, encontrarí­amos pessoas mais preparadas e com mais familiaridade com a tecnologia..

Mas o grande problema mesmo foram os clientes. Trabalhávamos com empresas como Alcan, JP Morgan, Bank Boston, Folha de S.Paulo, LG Electronics e GE (lembrem, em meados de 97). Essas gigantes torceram o nariz para a novidade. Acharam absolutamente “suspeito” que uma empresa não tivesse uma “sede formal”. Queriam, como eles mesmo diziam, “ter um lugar com mesas e cadeiras e um bom café para fazer uma reunião” (sic).

Oh lord, logo nós que tentávamos acabar com reuniões que não fossem produtivas… Mas água mole em pedra dura… acabamos alugando a tal sede fí­sica e internalizando uma parte da equipe, não teve jeito.. não era o caso de dispensar clientes como aqueles.

Penso, novamente, que se fosse hoje isso seria diferente, as grandes companhias já estão mais dispostas a aceitar novos formatos de infra-estrutura –pelo menos por parte de seus fornecedores.

Minhas observações pessoais sobre esta experiência:

1. algumas pessoas ficam mais produtivas e elevam a qualidade de seu trabalho quando trabalham remotamente 2. outras pessoas sentem muita falta de bater um papo tomando um café com o colega do lado, ir almoçar com “o pessoal do trabalho”, mostrar um site bacana olhando no olho do colega 3. poucas empresas conseguem, como a Sônia, virtualizar totalmente sua operação –e se recusar a ter pelo menos uma parte da infra de forma mais tradicional pode causar uma frustração enorme (e um rombo no caixa) se este não for seu caso

Aliás, no meu caso, o modelo que melhor me cai é o da flexibilidade bem elástica de horários. Em alguns dias, não vejo necessidade de minha presença fí­sica, ou tenho tarefas a fazer que exigem uma tranquilidade e paz de espí­rito que tenho muito mais em casa do que no escritório.

Contudo, em alguns momentos preciso daquela sensação energizante de estar conversando tete-a-tete com minha equipe, fazer reuniões no bar da esquina, longos almoços com clientes… Não me agrada SÓ trabalhar em casa, me dá um sensação estranha sair do trabalho e.. continuar ali, na mesma casa (mesmo com escritório fora da casa em si). Mas isso sou eu.

Minha opção para uma empresa seria o caminho do meio. Teletrabalho para alguns, horários flexí­veis para outros e horários tradicionais para alguns terceiros. Teria estrutura fí­sica sim, mas o mais enxuta possí­vel e com muitos colaboradores e células descentralizadas.

Para mim, é o que funciona.

hugs,

Natalia

————————————————————————–

de sonia grisolia 26set

Oi Natalia e all, me desculpem pelo desaparecimento, mas estavamos na correria de finalização do site da West Coast, finalmente publicado ontem pela manha. Ufa! Depois envio um convite formal para vcs explicando a estratégia utilizada, que está bem interessante e dando resultados surpreendentes.

Voltando ao teletrabalho: > > Tivemos que investir mais em tecnologia (voltada à melhor comunicação entre > a equipe) e perder bastante tempo treinando pessoal para a nova > realidade –e verificando, como a Sônia bem lembrou, que nem todo mundo se > encaixa no perfil e muita gente teve que ser substituí­da.

==== Em 97 vc devem ter suado para fazer este treinamento. Em 99 nos suamos um bocado. Imagine antes!

> Penso que, se fosse hoje, encontrarí­amos pessoas mais preparadas e com mais > familiaridade com a tecnologia..

=== Hoje temos a facilidade da banda larga, mais linhas telefonicas disponí­veis, celulares mais baratos, etc. Sem falar nos proprios clietes que estão “mais conectados”. > > Mas o grande problema mesmo foram os clientes. Trabalhávamos com empresas > como Alcan, JP Morgan, Bank Boston, Folha de S.Paulo, LG Electronics e GE > (lembrem, em meados de 97). Essas gigantes torceram o nariz para a novidade. > Acharam absolutamente “suspeito” que uma empresa não tivesse uma “sede > formal”. Queriam, como eles mesmo diziam, “ter um lugar com mesas e cadeiras > e um bom café para fazer uma reunião” (sic).

==== Realmente isso deve ter acontecido na época e admito que acontece ainda hoje com muitas empresas. No entanto, isso não tem nos impedido de conquistar contas interessante de empresas mais abertas. Até porque já não soa mais tão estranho assim não ter escritorio, já que muitas destas empresas estão pensando em implantar ou já implantaram o teletrabalho para parte das suas equipes.

> > Penso, novamente, que se fosse hoje isso seria diferente, as grandes > companhias já estão mais dispostas a aceitar novos formatos de > infra-estrutura –pelo menos por parte de seus fornecedores.

==== É o que temos sentido. Aliás, diante de qualquer empresário relutante, é só falar em custos fixos menores que o olhar já fica bem mais amigável….risos

> > Minha opção para uma empresa seria o caminho do meio. Teletrabalho para > alguns, horários flexí­veis para outros e horários tradicionais para alguns > terceiros. Teria estrutura fí­sica sim, mas o mais enxuta possí­vel e com > muitos colaboradores e células descentralizadas.

==== Não tenho ilusões de que não conseguiremos manter por muito tempo a estrutura tão virtual assim. Faz parte do crescimento misturar as 2 coisas, imagino eu. O motivo é menos filosofico, do que prático: as companhias telefonicas e provedores de acesso não tem planos para assistência a empresas que teletrabalham. O que, com o tempo e tamanho da equipe, pode assumir um custo muito maior do que simplesmente centralizar tudo num local so, partilhando os recursos.

Mas isso não significa que o estilo da empresa precise ser tradicional. O escritório pode ser menor, sem lugares fixos e as pessoas trabalharem ali quando precisam usar o equipaento e/ou são mais produtivas. Nosso antigo escritorio ja era assim, mas o tamanho da equipe não justificava o gasto com a sede. Diferente se vc tem uma equipe com mais de 30 pessoas por exemplo. Diria que até a metade disso vale a pena virtualizar, acima pode sair mais caro.

Vale ressaltar que algumas coisas não dá para deixar de virtualizar, se a cobertura geográfica dos serviços que você quer oferecer aos seus clientes for maior do que a da região onde atua. Por exemplo, no nosso caso, ter correspondentes internacionais. Dai vc teria que ter um escritorio fisico em cada local. O custo, neste caso, não compensa tambem.

Enfim, teletrabalho é bom e rentável, quando as condições e os objetivos exigem. Não vejo como filosofia de vida apenas, pois isso não gera lucro e temos contas a pagar no final do mês. :o) Tudo, portanto, tem seu peso, medida e vale recorrer sempre ao bom senso para decidir o que funciona melhor em determinada situação.

O que não dá, eu penso, é cercear a criatividade através de relógio ponto ou medir produtividade pelo controle visual que o chefe tem. Isso eu acho antigo e pouco lucrativo nos dias de hoje.

Smacks Sonia Grisolia www.wwwriters.com.br

———————————————————————————–

Leave a Comment